Todos nós somos várias coisas. Nos definimos pela nossa cor, orientação sexual, gostos, classe social, jeito de ver o mundo, ideais, etc. E pra falar de “ser”, é necessário rever certos privilégios e questionar nossa realidade de forma nem sempre confortável. Mas se todos nós somos diferentes, por que alguns sofrem e até morrem por serem quem são?
Nossos projetos sempre começam pelo “por quê”. É assim que definimos nossas prioridades. É tudo sobre propósito. No projeto “Eu sou” nosso questionamento é esse: por que algumas pessoas são punidas por serem quem são? por amar quem amam? Depois do “por quê” normalmente vem o “quem?”. E não é difícil responder essa pergunta, levando em consideração que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo. Essa comunidade historicamente negligenciada viu 70% dos seus desempregados durante a pandemia e sofre com a violência e exclusão sistêmicas que os empurram para o trabalho informal e para fora dos espaços públicos.
Parceiro do projeto, o Coletivo T Juliana Martinelli atua desde dezembro de 2019 auxiliando na distribuição de alimentos, incentivando a retomada de estudos e encaminhando aos órgãos competentes as travestis e pessoas trans para regularizar sua documentação e possui parceria que presta o serviço de psicólogos e endocrinologistas. São atendidas cerca de 80 pessoas da comunidade T em situação de vulnerabilidade social e prostituição.
Tendo conhecimento desses fatos e inspirados no projeto “I am” da Georgetown University, nasce o projeto “Eu sou”. Com ele, será realizada a venda de camisetas com a frase “eu sou.” para quitar o curso de 30 pessoas atendidas pelo coletivo e que possuem interesse em uma formação, oferecendo, além do curso, material escolar e transporte para a realização, bem como oficinas de formação complementar.
O objetivo é ofertar a comunidade T de Pelotas, assistida pelo Coletivo T Juliana Martinelli, a possibilidade de poder ter uma formação profissional bem como noções que as possibilitem se inserir no mercado de trabalho formal. Pois já dizia Nelson Mandela, “a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.”